Nesta terça-feira, 21 de maio, a Samsung oficializou a chegada do **Galaxy XR**, seu mais recente dispositivo de realidade mista. O lançamento representa uma aposta significativa da gigante sul-coreana no segmento de computação espacial, que ainda se encontra em estágios iniciais. O novo headset integra recursos avançados de inteligência artificial do Google, visando acirrar a competição com nomes já estabelecidos no mercado, como Meta e Apple.
Aparelhos dessa categoria empregam uma combinação de câmeras, sensores e telas estrategicamente posicionadas perto dos olhos do usuário. Essa tecnologia permite a fusão de interfaces digitais de alta resolução com o ambiente físico real, criando uma experiência imersiva e interativa.
Samsung Lança Galaxy XR: Headset de Realidade Mista com Google e Qualcomm
O Samsung Galaxy XR, que já está disponível para venda nos Estados Unidos e na Coreia do Sul, apresenta um design visualmente similar aos de seus concorrentes. Seu preço foi fixado em US$ 1.799 (aproximadamente R$ 9.700, sem considerar taxas e impostos de importação). Este valor o posiciona como uma alternativa mais acessível em comparação ao Vision Pro, da Apple, que é comercializado por US$ 3.499. Até o momento, a Samsung não divulgou previsões para a chegada do Galaxy XR ao mercado latino-americano.
Conforme comunicado pela própria Samsung, o Galaxy XR inaugura uma nova linha de dispositivos. Estes aparelhos serão fundamentados no sistema operacional Android XR e incorporarão capacidades de inteligência artificial generativa. Este desenvolvimento é o resultado de uma colaboração estratégica de longo prazo entre a fabricante, a Google e a Qualcomm, empresa especializada em chips.
Revelado inicialmente no ano anterior, o headset combina funcionalidades de realidade virtual e realidade mista. Esta última característica sobrepõe elementos digitais ao mundo físico. Com o Galaxy XR, os usuários podem desfrutar de vídeos do YouTube, participar de jogos e visualizar fotografias de maneira totalmente imersiva, ao mesmo tempo em que mantêm a capacidade de interagir com o ambiente circundante.
Para otimizar essa interação com o mundo real, o Galaxy XR utiliza o Gemini, o avançado sistema de IA do Google. Esta tecnologia permite que o dispositivo analise o que o usuário está visualizando e, de forma intuitiva, forneça informações contextuais ou direções sobre objetos reais, bastando um simples apontar dos dedos. Um vídeo promocional do produto destaca sua compatibilidade não apenas com o Gemini, mas também com outros serviços populares do Google, como Google Maps e Google Photos, além de YouTube e Netflix.
Executivos de ambas as companhias, Google e Samsung, expressaram otimismo quanto ao futuro dos headsets de realidade estendida. Embora esses dispositivos ainda não tenham alcançado uma aceitação massiva por parte do público geral, a expectativa é que sua relevância aumente exponencialmente. Este crescimento será impulsionado, em grande parte, pela aplicação dos recursos de IA multimodal da Google, que permitem o processamento simultâneo de dados de texto, imagem e vídeo, elevando a experiência do usuário.
A acirrada concorrência para definir o próximo grande formato de entretenimento e computação intensificou a rivalidade entre as principais corporações de tecnologia global. Atualmente, a Meta, detentora de plataformas como o Instagram, lidera o setor de headsets de realidade virtual com uma fatia de mercado estimada em 80%, sendo seguida pela Apple em termos de participação.
A Samsung também anunciou planos de colaboração com a Warby Parker e a Gentle Monster, uma marca de óculos sul-coreana. O objetivo é desenvolver óculos inteligentes mais leves, embora uma data de lançamento para esses novos produtos ainda não tenha sido divulgada.
A OpenAI, criadora do renomado ChatGPT, igualmente entrou nesse segmento de mercado. Em maio, a empresa investiu US$ 6,5 bilhões na aquisição da io Products, uma startup de hardware co-fundada por Jony Ive, o aclamado designer do iPhone. A meta é desenvolver dispositivos inovadores especialmente projetados para a era da inteligência artificial.
Anshel Sag, analista da Moor Insights & Strategy, enfatizou o impacto da entrada do Google no cenário: “A participação do Google altera a dinâmica do ecossistema. O software do Google, segundo algumas projeções, agrega cerca de US$ 1.000 em valor ao dispositivo. A empresa demonstra o desejo de que os usuários experimentem a plenitude do Gemini ao utilizar o headset.”
Segundo informações de executivos, o protótipo do novo headset da Samsung já estava desenvolvido quando a Apple lançou o Vision Pro. Desde então, ambas as empresas têm focado no aprimoramento de aplicações como YouTube, Google Fotos e Google Maps, além de dedicarem esforços à criação de novas experiências imersivas para os usuários. A Qualcomm, por sua vez, é responsável pelo fornecimento do chip Snapdragon XR2+ Gen 2, essencial para o processamento de dados do headset.
Apesar do evidente entusiasmo demonstrado pelos líderes das grandes empresas de tecnologia, o mercado de headsets, em sua totalidade, permanece pequeno quando comparado aos padrões mais amplos da indústria. De acordo com as estimativas da consultoria Gartner, o mercado global de dispositivos de exibição acoplados à cabeça (Head-Mounted Display) deverá registrar um crescimento de 2,6% em 2026, atingindo um valor de US$ 7,27 bilhões. Óculos mais leves, equipados com inteligência artificial, como os smartglasses da Meta desenvolvidos em parceria com a Ray-Ban (do grupo EssilorLuxottica), são apontados como os principais impulsionadores desse crescimento. Sobre essas projeções de mercado, é válido consultar as tendências mais recentes sobre Realidade Aumentada e Virtual.
Contrariando o potencial de crescimento, o mercado global de realidade virtual e mista tem enfrentado uma fase desafiadora, com três anos consecutivos de declínio. A Counterpoint Research projeta uma queda adicional de 20% nas remessas para o ano de 2025.
Flora Tang, analista sênior da Counterpoint, avalia o potencial do novo produto: “Com um custo potencialmente mais competitivo que o Vision Pro da Apple, o headset da Samsung, conhecido internamente como Project Moohan, pode se estabelecer como um forte concorrente no segmento premium de realidade virtual, especialmente no contexto do mercado corporativo.”
O Galaxy XR é o primeiro aparelho a operar sob a arquitetura Android XR. Contudo, a Samsung já havia explorado o campo da computação facial há cerca de uma década, com o lançamento do Gear VR. Este dispositivo requeria a inserção de um smartphone em um suporte específico, desenvolvido em colaboração com a Oculus, empresa que foi posteriormente adquirida pela Meta em 2014.
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Este lançamento do Galaxy XR pela Samsung, em parceria com Google e Qualcomm, redefine a dinâmica do mercado de realidade mista, introduzindo uma poderosa combinação de hardware e inteligência artificial. Acompanhe as novidades e análises aprofundadas sobre tecnologia e inovação em nossa editoria de Análises para ficar por dentro dos próximos passos da computação espacial.
Crédito da Imagem: Laure Andrillon – 22.jan.2025/Reuters



 
						 
						