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Rio instala supercâmeras inteligentes com IA para segurança

Economia

O Rio de Janeiro está implementando um sistema inovador de supercâmeras inteligentes, integradas com inteligência artificial, que promete revolucionar a segurança pública e a fiscalização urbana na cidade. A iniciativa, parte da expansão do Centro de Inteligência, Vigilância e Tecnologia em Apoio à Segurança Pública (Civitas), visa otimizar o monitoramento em vias e acessos estratégicos do município, marcando um avanço significativo na aplicação de tecnologia para a gestão metropolitana.

Essas novas unidades de vigilância, estrategicamente instaladas em pórticos e pontos cruciais, possuem uma capacidade impressionante de analisar o ambiente. Elas podem identificar até três mil situações distintas e simultâneas em questão de segundos, uma performance que supera largamente as limitações da observação humana. O projeto representa um passo decisivo para dotar o Rio de Janeiro com um dos mais avançados parques tecnológicos de monitoramento do país.

Rio instala supercâmeras inteligentes com IA para segurança

Desde junho de 2024, o Civitas já demonstra resultados substanciais, tendo contribuído para a elucidação de 2.800 inquéritos e gerado mais de 160 mil alertas em tempo real para as forças de segurança. Esses dados preliminares sublinham o potencial da nova infraestrutura para fortalecer as ações de combate à criminalidade e de manutenção da ordem pública. A fase de testes das supercâmeras está em andamento, com a expectativa de que o sistema esteja plenamente operacional a partir do primeiro semestre de 2026.

Expansão e Cronograma da Infraestrutura de Vigilância

A meta da Prefeitura do Rio de Janeiro é ambiciosa: até dezembro, três mil supercâmeras serão instaladas em diversas vias da capital fluminense. O plano de longo prazo prevê a ampliação dessa rede para um total de 15 mil unidades até o ano de 2028, consolidando uma cobertura de vigilância sem precedentes. Essa expansão visa criar uma malha de monitoramento tão densa que, nas palavras do prefeito Eduardo Paes, “será difícil um carioca entrar em uma grande via da cidade sem que ele esteja sendo observado por uma dessas câmeras”.

Os novos equipamentos de vigilância estão sendo integrados ao Centro de Operações Rio (COR), um núcleo vital para a coordenação de emergências e serviços urbanos. Atualmente, o COR opera com cerca de 5 mil câmeras. Antes da criação do Civitas em 2024, o centro contava com 4.200 câmeras, mas enfrentava o desafio da escassez de mão de obra para monitorar as imagens de forma contínua e eficiente. A inteligência artificial chega para preencher essa lacuna, otimizando a capacidade de resposta e a detecção de incidentes.

Inteligência Artificial: A Diferença na Detecção de Irregularidades

O grande diferencial das supercâmeras inteligentes reside na aplicação de inteligência artificial para a análise de imagens em tempo real. Enquanto um operador humano pode, simultaneamente, identificar até três irregularidades – como um veículo em alta velocidade, uma motocicleta trafegando sobre a calçada ou um automóvel na contramão –, a nova tecnologia é capaz de processar e identificar milhares de ocorrências em meros segundos. Essa capacidade permite uma resposta muito mais ágil e proativa, mesmo sem a necessidade de um observador humano monitorando constantemente as imagens.

Essa tecnologia não se limita apenas à detecção de infrações de trânsito ou comportamentos suspeitos. Ela também pode ser empregada em buscas investigativas e criminais complexas. O sistema tem a habilidade de rastrear veículos ou pessoas com base em características visuais específicas, como a cor da roupa de um indivíduo ou a presença de um acessório particular. Além disso, a prefeitura informou que é possível realizar buscas biométricas, utilizando bancos de dados oficiais para identificar a passagem de pessoas por áreas monitoradas, o que representa um avanço significativo nas ferramentas de investigação.

Davi Carreiro, chefe executivo da Civitas, detalhou a funcionalidade de rastreamento: “O sistema consegue levantar a movimentação de um veículo suspeito. Num primeiro momento, temos apenas as características, mas a partir disso conseguimos rastrear e localizar”. Essa funcionalidade é crucial para a recuperação de veículos roubados ou para a identificação de rotas de fuga em operações criminosas.

O Papel dos Pórticos Digitais e a “Fronteira Digital”

Paralelamente à instalação das supercâmeras, a prefeitura iniciará a implementação de pórticos e superpórticos digitais. Essas estruturas avançadas serão responsáveis pela leitura de placas e características detalhadas de veículos em todos os pontos de entrada e saída do Rio de Janeiro. Os primeiros 16 pórticos estão programados para serem instalados até março de 2026, com o plano de alcançar 56 unidades em um prazo de 24 meses. Essa rede configurará o que a administração municipal denominou de “fronteira digital”, um sistema de controle e monitoramento perimetral para a cidade.

A visão de Eduardo Paes para esta tecnologia vai além da repressão à criminalidade, estendendo-se à fiscalização urbana geral. O prefeito enfatizou que o sistema também terá um papel fundamental no combate a irregularidades como o descarte indevido de entulho, o tráfego de motocicletas em calçadas e a direção na contramão. “Você que joga entulho, que anda de moto na calçada ou dirige na contramão: nós vamos estar de olho em vocês. Esse parque tecnológico vai permitir que a babá malvada funcione, identifique e puna”, declarou Paes, reforçando o caráter abrangente da nova vigilância.

Segurança dos Dados e Investimento Estratégico

Um aspecto crucial ressaltado pelo prefeito é a segurança e o sigilo dos dados. Todo o arcabouço do Civitas é operado por funcionários públicos, garantindo a proteção das informações. A plataforma somente atuará mediante pedidos oficiais e justificados das forças de segurança, assegurando o uso ético e legal da tecnologia. Esta medida visa tranquilizar a população quanto à privacidade e à não-invasão de dados pessoais.

O investimento necessário para este grandioso projeto é de aproximadamente R$ 180 milhões adicionais por ano. Essa cifra é viabilizada por meio de uma parceria público-privada (PPP) denominada Smart Luz. Davi Carreiro, da Civitas, explicou a lógica por trás do investimento: “O que buscamos é empregar a inteligência artificial na leitura das imagens para observar fenômenos comuns à dinâmica de crimes. E isso pode ser ajustado conforme as características de cada região”. Para mais informações sobre a aplicação de tecnologia em serviços governamentais, o portal de transformação digital do governo federal oferece insights valiosos.

As novas supercâmeras, atualmente em fase de testes, terão sua implementação plena no primeiro semestre de 2026, quando o sistema será integrado de forma abrangente em toda a cidade. Essa iniciativa projeta o Rio de Janeiro na vanguarda da segurança urbana baseada em inteligência artificial, prometendo um futuro com maior controle e eficiência na gestão de riscos e na prevenção de delitos.

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A implementação das supercâmeras inteligentes e dos pórticos digitais no Rio de Janeiro representa um marco na utilização de tecnologia avançada para aprimorar a segurança e a fiscalização. Com um investimento significativo e uma visão de longo prazo, a cidade se prepara para um novo patamar de vigilância, prometendo maior agilidade na resposta a incidentes e um ambiente mais seguro para seus cidadãos. Continue acompanhando as novidades sobre tecnologia e segurança urbana em nossa editoria de Cidades.

Crédito da imagem: Divulgação

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