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Navio de guerra dos EUA em Trinidad e Tobago: Tensão com Venezuela

Economia

A presença militar dos Estados Unidos na região do Caribe foi intensificada neste domingo, 26 de outubro, com a chegada de um navio de guerra dos EUA em Trinidad e Tobago, um arquipélago estrategicamente posicionado próximo à costa venezuelana. A embarcação, um destroyer lança-mísseis USS Gravely, tem previsão de permanecer atracado na capital, Port of Spain, até o dia 30 de outubro, marcando um novo capítulo na crescente tensão entre Washington e Caracas, além de recentes atritos com a Colômbia.

O deslocamento do USS Gravely foi inicialmente divulgado na quinta-feira, 23 de outubro, pelo governo de Trinidad e Tobago. A primeira-ministra Kamla Persad-Bissessar, conhecida por seu alinhamento com o presidente americano Donald Trump, demonstrou apoio à iniciativa. A estadia do navio incluirá exercícios de treinamento com fuzileiros navais dos Estados Unidos, reforçando a cooperação militar na área.

Navio de guerra dos EUA em Trinidad e Tobago: Tensão com Venezuela

A chegada do USS Gravely segue-se a um anúncio crucial feito na sexta-feira pelo secretário do Departamento de Guerra dos Estados Unidos, Pete Hegseth. Ele informou sobre o movimento de um grupo de ataque ainda maior para o Mar do Caribe: o USS Gerald Ford. Este grupo inclui o maior porta-aviões nuclear do mundo, múltiplos navios de guerra e diversas aeronaves, sinalizando uma robusta demonstração de força na região.

O grupo de ataque USS Gerald Ford é uma formação militar imponente, compreendendo o porta-aviões USS Gerald Ford, três destróieres – o USS Mahan, o USS Bainbridge e o USS Winston Churchill –, três esquadrões de caças F-18 e dois esquadrões de helicópteros de ataque MH-60. Embora o governo americano não tenha especificado a data exata de sua chegada ao Caribe, oficiais da Marinha, ouvidos pelo New York Times, estimam que o porta-aviões, atualmente em missão europeia ao largo da Croácia, levaria entre sete e dez dias para alcançar a região, dependendo das condições de navegação e do clima.

A justificativa oficial para esta crescente presença militar americana, que engloba a movimentação de navios de guerra para as proximidades da Venezuela, é o combate ao narcotráfico. O presidente Donald Trump tem reiterado acusações de que o regime do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, possui ligações diretas com cartéis de drogas atuantes na região. Em um movimento relacionado, o governo americano impôs sanções na última sexta-feira ao presidente colombiano, Gustavo Petro, citando igualmente vínculos com o narcotráfico.

Operações antidrogas e ataques no Caribe

As ações dos Estados Unidos no Caribe já resultaram em diversos confrontos. Na sexta-feira, as autoridades americanas confirmaram um novo ataque a uma embarcação no Mar do Caribe, que culminou na morte de seis pessoas. Segundo Washington, o barco estava envolvido no transporte de drogas e era operado pelo grupo “Tren de Aragua”, classificado como terrorista pelo governo americano. A operação foi autorizada pessoalmente por Trump.

O secretário Pete Hegseth detalhou o incidente em suas redes sociais, afirmando: “Seis narcoterroristas homens estavam a bordo da embarcação durante o ataque, que foi realizado em águas internacionais e foi o primeiro ataque à noite. Todos os seis terroristas foram mortos e nenhuma força americana foi ferida neste ataque.” A publicação de Hegseth foi acompanhada por um vídeo da ofensiva. Este incidente marca o décimo ataque conhecido das Forças Armadas dos EUA contra supostos navios traficantes de drogas desde o início de agosto, elevando o total de mortos nesses ataques para pelo menos 38 pessoas. Apesar dos números, o governo Trump tem fornecido poucos detalhes sobre as operações, como a quantidade exata de drogas apreendidas ou as evidências específicas que justificaram cada ação.

Em uma declaração na Casa Branca, Trump indicou que os EUA estão se preparando para “em breve” expandir as operações para ações por terra, visando interromper o fluxo de drogas da América Latina para os Estados Unidos. Esta seria uma escalada significativa, dado que, até o momento, os ataques estavam restritos a alvos marítimos.

Navio de guerra dos EUA em Trinidad e Tobago: Tensão com Venezuela - Imagem do artigo original

Imagem: Official Navy Page via valor.globo.com

CIA autorizada a conduzir operações secretas na Venezuela

A escalada de tensões é ainda mais acentuada pela recente autorização de Trump para a Agência Central de Inteligência (CIA) conduzir operações secretas na Venezuela. A medida, revelada pelo The New York Times e confirmada pelo presidente americano, concede à CIA a capacidade de realizar operações letais e uma série de outras ações no Caribe. Esta estratégia foi desenvolvida pelo Secretário de Estado Marco Rubio, com a colaboração de John Ratcliffe, o diretor da CIA, e tem como objetivo declarado a remoção de Nicolás Maduro do poder, sob a acusação de ter fraudado a eleição de julho do ano passado, e a transferência do controle para a oposição venezuelana.

Trump justificou a autorização das ações da CIA citando duas preocupações principais. Primeiramente, a Venezuela teria libertado um grande número de prisioneiros, incluindo indivíduos de instituições de saúde mental, que subsequentemente teriam migrado para os EUA, muitas vezes cruzando a fronteira em razão do que ele descreveu como uma política de fronteira aberta (sem especificar qual fronteira). Em segundo lugar, o presidente americano mencionou a vasta quantidade de drogas que chegam aos EUA vindas da Venezuela, muitas delas traficadas por via marítima.

A resposta de Nicolás Maduro não tardou. Ele condenou veementemente o que descreveu como “golpes de Estado orquestrados pela CIA” e declarou não desejar uma guerra no Caribe ou na América do Sul. Em resposta às crescentes ameaças, Caracas realizou treinamentos militares no sábado, 25 de outubro. Maduro reiterou que o país possui um arsenal de 5 mil mísseis antiaéreos de fabricação russa, prontos para defender a nação contra o que ele chamou de ameaça militar dos Estados Unidos. Adicionalmente, ele assinou um decreto prevendo um estado de exceção em caso de um ataque americano.

A complexa dinâmica das relações entre Estados Unidos e Venezuela continua a ser um ponto de alta tensão na agenda geopolítica mundial. A presença militar americana na região caribenha reflete a persistência das políticas de pressão sobre o governo venezuelano, com implicações significativas para a estabilidade regional.

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As recentes movimentações militares e as declarações de ambos os lados sinalizam um cenário de alerta contínuo no Caribe e na América do Sul. Para acompanhar os desdobramentos desta e de outras notícias importantes, continue navegando em nossa editoria de Política.

Crédito da Imagem: Agência de Notícias

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